A
noite cansada se deita no horizonte,
No
caminho onde antes estavam meus sonhos.
Eles,
que dia-a-dia me brilhavam os olhos,
Que
eram a certeza de tudo nessa vida de nada,
Agora,
são só destroços no escuro.
Ruínas
da vida que planejei pra mim.
Continuo meu caminho breu a dentro.
Admito,
por vezes procuro os destroços.
Mas
tropeço neles, mais que os encontro.
Pouco
a pouco, desisto dessa busca vã,
E
me deleito na sutileza da vida em braile.
A
única vida que posso tocar.
Ensaios Sobre o Vazio
Inquietações da consciência de existir.
sábado, 1 de junho de 2013
terça-feira, 18 de setembro de 2012
A Rosa
Ando sem
rumo.
Por vezes invento caminhos, atalhos, rotas de fuga...
Mas continuo perdido.
Só o olhar a relva me entretém.
Mesmo a vendo turva, com uma miopia quase cega.
Mas uma rosa fez notar-se em meio ao emaranhado de cores.
O vermelho das pétalas gritava com uma nitidez absurda.
Não podia continuar, precisava senti-la.
De perto, seu cheiro me brilhava os olhos.
E de repente a vida nascera de novo em mim.
Os caminhos já não me importavam mais.
Precisava toca-la.
No ímpeto da vontade um espinho me rasga a mão.
Era uma rosa confusa.
Já não sabia se era pétala ou espinho.
Iludia-se com o perfume que inventava,
Mas ouriçava-se com o cheiro de realidade.
De mim, fica só o rastro vermelho na beira da estrada.
Dela não sei, não fiquei pra saber.
Deve estar suave e perfumada...
Cravando a pele do próximo andarilho.
Por vezes invento caminhos, atalhos, rotas de fuga...
Mas continuo perdido.
Só o olhar a relva me entretém.
Mesmo a vendo turva, com uma miopia quase cega.
Mas uma rosa fez notar-se em meio ao emaranhado de cores.
O vermelho das pétalas gritava com uma nitidez absurda.
Não podia continuar, precisava senti-la.
De perto, seu cheiro me brilhava os olhos.
E de repente a vida nascera de novo em mim.
Os caminhos já não me importavam mais.
Precisava toca-la.
No ímpeto da vontade um espinho me rasga a mão.
Era uma rosa confusa.
Já não sabia se era pétala ou espinho.
Iludia-se com o perfume que inventava,
Mas ouriçava-se com o cheiro de realidade.
De mim, fica só o rastro vermelho na beira da estrada.
Dela não sei, não fiquei pra saber.
Deve estar suave e perfumada...
Cravando a pele do próximo andarilho.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Boa Noite
Minha
alma adormece.
Mais
densa do que antes,
Mais
vaga do que antes.
A
sensação de queda toma conta do meu corpo estático.
Será angústia
ou sono?
Minha
preguiça de dormir não me deixa descobrir.
Se ao
menos angústia tivesse nome...
Já não
seria refém do vazio indigente que me pesa o sono da alma.
E em
seus sonhos ela grita, esperneia, se rasga,
Mas mesmo
assim não acordo.
Ao meio
de cada cigarro me pergunto por que acendi.
Não tem a
ver com lágrimas,
Não tem
a ver com nada.
Talvez
com a brisa daquela noite,
Dessas
que arrepia os sentidos e te mostra vivo.
A
plenitude efêmera de uma vida sem nexo.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Fugaz
Fugi pro
lado errado.
Não me reconheço mais, se é que um dia me vi.
Só quem encontro é esse cara que criei e ainda não sei se gosto.
O solitário acompanhado.
Me entrevisto diariamente, mas minhas respostas são sempre vãs, vazias ou falsas.
Eu era mais feliz no abacateiro em Juiz de Fora.
Meu único objetivo era alcançar o próximo galho e chegar o mais alto que eu pudesse.
Mas os galhos sociais são podres e distantes, e não há nada mais utópico que chegar ao topo.
A fuga errada é a fruta estragada que eu insisto em comer no caminho.
Resolvo parar, desisto dos galhos, das frutas, e durmo.
Durmo almejando sonhos febris que me despertem pro que não sei.
No fundo é só isso o que eu quero, o que não sei.
Ou algo que passou por mim e eu distraído não percebi.
Nada do que tomei como sentido me bastou.
Basta-me então o porvir.
Pulo no abismo do acaso sem pensar nas consequências.
Pedra ou água, tanto faz.
O que vale é a queda.
A deliciosa mistura do medo com a liberdade.
Os dias
escorrem pelos meus dedos enquanto nado álcool adentro pra ver se adormece o
peito que palpita sem sentido.
Procuro
luz num túnel sem porta e nem tateando a mim mesmo me encontro.Não me reconheço mais, se é que um dia me vi.
Só quem encontro é esse cara que criei e ainda não sei se gosto.
O solitário acompanhado.
Me entrevisto diariamente, mas minhas respostas são sempre vãs, vazias ou falsas.
Eu era mais feliz no abacateiro em Juiz de Fora.
Meu único objetivo era alcançar o próximo galho e chegar o mais alto que eu pudesse.
Mas os galhos sociais são podres e distantes, e não há nada mais utópico que chegar ao topo.
A fuga errada é a fruta estragada que eu insisto em comer no caminho.
Resolvo parar, desisto dos galhos, das frutas, e durmo.
Durmo almejando sonhos febris que me despertem pro que não sei.
No fundo é só isso o que eu quero, o que não sei.
Ou algo que passou por mim e eu distraído não percebi.
Nada do que tomei como sentido me bastou.
Basta-me então o porvir.
Pulo no abismo do acaso sem pensar nas consequências.
Pedra ou água, tanto faz.
O que vale é a queda.
A deliciosa mistura do medo com a liberdade.
domingo, 29 de abril de 2012
O Que Não Disse
O
que não falei era pleno.
O
que falei se perdeu na incerteza das palavras,
E
no entender de seus ouvidos.
Se
o que disse respingou,
Quando
calei, transbordou.
Infelizes de minhas palavras tortas,
Tentando em vão explicar o que nem eu sei,
Quem
dirá você.
Definições
concretas de idéias turvas
E
de sentimentos impalpáveis.
O
silêncio pulsante de duas pessoas obtusas,
Que
se perderam de si e já não sabem se expressar.
E
era tudo que a gente tinha,
O
não dito.
Então
ficamos assim, com nada...
O
nosso nada.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Camisa de Força
Desesperado, me debato dentro de mim,
Meu corpo, minha camisa de força.
Queria escorrer e me espalhar como a água,
Disforme como todo ser humano deveria ser.
Impalpável e desgovernado como inutilmente fingimos não ser
E somos...
Minha única fonte são meus olhos,
Deles brotam o que a camisa de força não pôde conter.
E são a entrada de um mundo que eu não posso guardar,
Nem entender.
Entendimento é ilusão dos seres pensantes,
Buracos ambulantes ávidos por algum recheio,
Um sentido que nunca irão encontrar.
O medo do fim do rio faz-nos esquecer de flutuar em seu leito
E não aceitar o frio na barriga da queda da cachoeira.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
O Sorriso
Sigo sorrindo,
Com a hipocrisia do palhaço,
Sigo sorrindo.
Mal vestido dessa solaridade esgarçada me pus no mundo.
Criador e criatura... sou eu.
Reinvento o que não sei
E brado que está tudo bem.
Sempre e nunca está.
E o que tem pra hoje é isso mesmo,
Felicidade sintética do mundo capitalista.
Mendigando momentos pra que na alma se faça carnaval...
E ai eu fui,
E ai eu fui,
Fui porque ficar é voltar.
Já não espero sopro de novos tempos,
Todos os tempos são novos.
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