terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Rosa

Ando sem rumo.
Por vezes invento caminhos, atalhos, rotas de fuga...
Mas continuo perdido.

Só o olhar a relva me entretém.
Mesmo a vendo turva, com uma miopia quase cega.
Mas uma rosa fez notar-se em meio ao emaranhado de cores.
O vermelho das pétalas gritava com uma nitidez absurda.
Não podia continuar, precisava senti-la.
De perto, seu cheiro me brilhava os olhos.
E de repente a vida nascera de novo em mim.
Os caminhos já não me importavam mais.
Precisava toca-la.
No ímpeto da vontade um espinho me rasga a mão.
Era uma rosa confusa.
Já não sabia se era pétala ou espinho.
Iludia-se com o perfume que inventava,
Mas ouriçava-se com o cheiro de realidade.
De mim, fica só o rastro vermelho na beira da estrada.
Dela não sei, não fiquei pra saber.
Deve estar suave e perfumada...
Cravando a pele do próximo andarilho.

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