segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nada

Minha vida se afoga na mistura da falta com a certeza de nada.
Me desinteressei pelos meus sonhos, mas sei o valor que um dia tiveram.
Talvez espere um alguém que nem sei se conheço, que finjo não querer que chegue, numa tentativa desesperada de reafirmar minhas verdades que cada vez acredito menos.
Meu vazio... envolto por este mundo opaco e reluzente,
Ecoando sua indiferença afetuosa.
Questiono-me se eu somente gostaria que fosse assim.
Logo vi, não é assim, aliás, é também, é do jeito que for e no fundo, pouco podemos fazer.
Danço com os acontecimentos sem medo de pisar-lhes o pé,
Sem escorar na presunção egóica do potencial,
Descansado na inferença do resultado.
Quem é você transeunte, parente distante, melhor amigo?
O que almeja?
Com certeza algo mais nobre que meus desejos vis, mesquinhos e mundanos que de nada me servem.
Doe-me um pouco do seu universo, porque o meu está gasto.
Tantas vezes pensado e repensado, perdeu sua aderência.
Mendigo suas vidas pra preencher a minha.
Através dos outros me torno parte do todo, aproximo-me de mim, só que pelo lado de fora.
E enfim descanso.

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