segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Dor que Eu Quero

Que dia você chega?
Não sei se quero que venha, mas por favor não demora.
Vou vivendo até você chegar, se é que você vem.
A saudade é tanta que um dia vou ai te ver.
Talvez assim a gente se conheça.
Busco seus traços na minha memória, mas não encontro.
Passam-me vários rostos pela mente, nem um deles é o seu.
Nunca te encontrei.
Cheguei a pensar que era você, mas estava confuso.
Quem dera meus olhos chorarem suas lágrimas, mesmo que em silêncio.
Cansado do fardo dessa existência rasa, solitário vagando na multidão.
De que me interessa outras mil paixões de verão?
Eu quero um amor arrebatador, sem fundamento, em má hora, pela pessoa errada, sem rédeas, que me deixe as pernas bambas, que me faça gaguejar...
Abandonaria sem hesitar sua ausência companheira.
No fundo conto com o seu atraso, sei que não estou pronto.
Rasgado entre a falta que você me faz e uma auto-suficiência do que imagino ser.
Ainda idolatro cegamente minha singularidade, mesmo na certeza de que minhas novidades, hoje rotineiras, já não têm o brilho de outrora.
Não sei se por opção ou por falta dela.
Falta sua, que por tantas vezes faltou aos nossos encontros.
Tantos bares, tantas festas, tantas boates, tantas viagens.
Tão pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário